terça-feira, 14 de outubro de 2008

Paulo Nozolino

#excertos da entrevista a Paulo Nozolino/ Jornal Expresso; Janeiro 2008


"A sociedade está formatada. Obedece a uma espécie de complot que tem por objectivo fazer com que as pessoas não se levantem do sofá ou da cama. A vida passa na televisão, o cinema vê-se em formato DVD, a música está nos CDs, o sexo faz-se na divisão ao lado. Não suporto este sedentarismo. Prefiro enfrentar a realidade in loco. Interessa-me muito mais o destino e o percurso que se faz até lá chegar do que o ponto de partida."(...) " O país parou no tempo. Talvez as pessoas estejam mais gordas porque assim que acabam de jantar querem saber o que vai dar na televisão. Mas reina uma espécie de doença intestinal, prisão de ventre, compensada por uma verborreia oral veiculada pelos políticos e intelectuais."


"A minha paleta é sombria, porque o que vejo não é agradável. Quero ficar com essa imagem na memória. A fotografia é mortal. (..)"Não há coisa mais triste do que colar fotografias num álbum de família. Lembro-me logo dos que faltam. Cada um deles teve uma história. E nós vamos todos morrer como eles. "

Em testamento já expressou a vontade de que todos os seus negativos, provas de contacto e fotografias sejam queimados após a sua morte. " A minha história, ou sou eu que a faço ou ninguém a fará."

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